terça-feira, 31 de março de 2009

1NB - Borda d'Água


1. Leia o texto com atenção.
HÁ 80 ANOS A PREVER O DIA SEGUINTE
'Borda d'Água'. O almanaque fundado em 1929 está congelado no tempo - é impresso numa tipografia tradicional e mantém a mesma linha editorial de há oito décadas. Tem tudo para estar condenado, mas demonstrou que a lei da probabilidade é um falhanço. Há cada vez mais leitores
Nasceu no início da Grande Depressão, em 1929, atravessou de uma ponta à outra o regime salazarista, chegou à democracia e promete, este ano, ultrapassar a pior crise económica das últimas décadas. Há 80 anos que o Borda d'Água ensina ciência, mezinhas e outras sabedorias populares. Pode vir a Internet, a televisão por cabo, as enciclopédias digitais ou qualquer outra tecnologia de ponta que o "Velho da Cartola"continua igual a si próprio. "É uma tradição que se cumpre de geração para geração e que abarca leitores de todos os estratos sociais", conta Narcisa Fernandes, sócia-gerente da Minerva, a editora que fundou e publica o almanaque.
O Borda d'Água não vai atrás ou à frente do progresso. Não precisa. Há cada vez mais adeptos, que querem saber quando plantar batatas, podar a vinha ou colher rabanetes. O caderno de papel reciclado é um best-seller - a edição de 2009 já vendeu 340 mil exemplares e na oficina da editorial Minerva, em Lisboa, as rotativas continuam a imprimir outras largas centenas de cópias que vão chegar nos próximos dias aos quiosques e aos vendedores de rua.
Os leitores separam as páginas com um canivete ou um corta-papéis à espera de encontrar sempre o mesmo - conhecer antecipadamente os dias de sol e de chuva ou ter em primeira mão as previsões para a agricultura. Por mais que possa ser complicado ver o futuro em tempos de mudança, o Bordad'Água oferece previsibilidade a troco de 1,50 euros. Não há aquecimento global ou qualquer outra mudança climática com força suficiente para derrotar o almanaque. Por mais surpreendente que seja o dia seguinte, o "reportório útil a toda a gente" está em cima do acontecimento.
"No Inverno de 2007, conseguimos prever o tempo seco e quente e, no ano passado, antecipámos as chuvas torrenciais do Outono", explica Célia Cadete, directora do Borda d'Água. O Observatório Astronómico da Ajuda tem uma quota parte do mérito, mas não explica tudo: "São uns pozinhos mágicos que temos." Célia prefere não revelar o segredo, embora ofereça algumas pistas: "Basta saber ler os sinais da natureza."
São dotes usados no Borda d'Água desde os anos 60, altura em que Artur Campos, funcionário da Minerva, passou pela direcção da revista: "Apesar de ter apenas a instrução primária, conseguia determinar com bastante rigor qual o estado do tempo para o ano inteiro", diz Narcisa. Perdia noites de olhos postos no céu a contar as estrelas e a fazer cálculos matemáticos: "Ao longo de 50 anos fez as previsões atmosféricas que deram credibilidade à nossa revista."
A reputação do Borda d'Água é ainda hoje reconhecida por milhares de leitores, o que poderá ser um suspiro de alívio para quem está à espera de um ano ainda mais difícil do que o último. O almanaque de 2009 desdiz as previsões de crise e até contraria o pessimismo do Presidente Cavaco Silva, que na mensagem de Ano Novo alertou para os maus tempos que se avizinham para os agricultores.
Os prognósticos do Borda d'Água são outros. "Haverá abundância de trigo e de outros alimentos; a carne e o peixe não vão faltar. O vinho, esse, será em abundância e de mui boa qualidade." Quem tem, afinal, razão? A única certeza é que os presidentes mudam e o Borda d'Água está para ficar.
2. Encontre dentre o texto as palavras definidas.
- Calendário que contém os dias do ano, festas, feriados, luas, etc.
- Erro, acção de não acertar.
- Remédio caseiro.
- Pequena navalha com a folha estreita para aguçar lápis, etc.
- Dom natural, merecimento, prenda de espírito, formosura.
3. Responda às perguntas conforme o texto.
- O que tem o Borda d'Água para estar condenado?
- Lendo o Borda d'Água podemos aprender sobre...
- Quais os factores que ainda não conseguiram alterar o Velho da Cartola?
- Podemos afirmar que o almanaque é uma publicação moderna e futurista? Justifique.
- O que é que procuram os leitores do Borda d’Água?
- Que fenómenos climatéricos de importância antecipou recentemente o almanaque?
- Que metodologia utiliza o Sr. Artur Campos para fazer as previsões?
- Quais são os prognósticos do Borda d'Água para o anos corrente?
4. Redija um texto com a previsão do tempo para o dia de amanhã em todo o território continental e ilhas.
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2ºA - O achamento do Brasil

1. Leia o texto com atenção.
SENHOR, posto que o capitão-mor desta vossa frota e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que se ora nesta navegação achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que para o bem contar e falar o saiba pior que todos fazer. Mas tome Vossa Alteza minha ignorância por boa vontade, a qual, bem certo, creia que por afremosentar nem afear haja aqui de pôr mais do que aquilo que vi e me pareceu. Da marinhagem e singraduras do caminho não darei aqui conta a Vossa Alteza, porque o não saberei fazer e os pilotos devem ter esse cuidado. E, portanto, Senhor, do que hei-de falar começo e digo que a partida de Belém, como Vossa Alteza sabe, foi segunda-feira, 9 de Março. E sábado, 14 do dito mês, entre as 8 e 9 horas, nos achámos entre as Canárias, mais perto da Grã Canária. E ali andámos todo aquele dia, em calma, à vista delas, obra de três ou quatro léguas.
E domingo, 22 do dito mês, às 10 horas, pouco mais ou menos, houvemos vista das ilhas do Cabo Verde, isto é, da ilha de S. Nicolau, segundo dito de Pêro Escolar, piloto.
E a noute seguinte, à segunda-feira, quando lhe amanheceu, se perdeu da frota Vasco d'Ataíde, com a sua nau, sem aí haver tempo forte nem contrairo para poder ser. Fez o capitão suas diligências para o achar, a umas e a outras partes, e não apareceu mais.
Terça-feira, 21 de Abril de 1500. Sinais de terra
E assim seguimos nosso caminho por este mar, de longo, até terça-feira d'oitavas de Páscoa, que foram 21 dias d'Abril, que topámos alguns sinais de terra, sendo da dita ilha, segundo os pilotos diziam, obra de 660 ou 670 léguas, os quais eram muita quantidade d'ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho e assim outras, a que também chamam rabo d'asno.
Quarta-feira, 22 de Abril
E à quarta-feira seguinte, pela manhã, topámos aves, a que chamam fura-buchos. E neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra, isto é, primeiramente d'um grande monte, mui alto e redondo, e d'outras serras mais baixas a sul dele e de terra chã com grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs nome o Monte Pascoal e à terra a Terra de Vera Cruz.
Quinta-feira, 23 de Abril
Mandou lançar o prumo, acharam 25 braças, e, ao sol-posto, obra de 6 léguas de terra, surgimos âncoras em 19 braças; ancoragem limpa. Ali ficámos toda aquela noute. E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos direitos à terra e os navios pequenos diante, indo por 17, 16, 15, 14, 13, 12, 10 e 9 braças até meia légua de terra, onde todos lançámos âncoras em direito da boca dum rio. E chegaríamos a esta ancoragem às 10 horas, pouco mais ou menos.
E dali houvemos vista d'homens, que andavam pela praia, de 7 ou 8, segundo os navios pequenos disseram, por chegarem primeiro. Ali lançámos os batéis e esquifes fora e vieram logo todos os capitães das naus a esta nau do capitão-mor e ali falaram. E o capitão mandou no batel, em terra, Nicolau Coelho, para ver aquele rio. E, tanto que ele começou para lá d'ir, acudiram pela praia homens, quando dous, quando três, de maneira que, quando o batel chegou à boca do rio, eram ali 18 ou 20 homens, pardos, todos nus, sem nenhuma cousa que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos e suas setas. Vinham todos rijos para o batel e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pusessem os arcos; e eles os puseram.
Ali não poude deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho, que levava na cabeça, e um sombreiro preto. E um deles lhe deu um sombreiro de penas d'aves, compridas, com uma copazinha pequena de penas vermelhas e pardas, como de papagaio. E outro lhe deu um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer d'aljaveira, as quais peças creio que o capitão manda a Vossa Alteza. E com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder deles haver mais fala, por azo do ma.
2. Defina os seguintes termos.
- Singradura.
- Botelho.
- Esquife.
- Braça.
- Aljaveira/algibeira.
- Conta.
- Prumo.
3. O texto é um excerto de um documento quinhentista. Identifique o dito documento, o contexto em que apareceu assim como a sua importância e o autor.
4. Responda às perguntas conforme o texto.
- A quem vai dirigida a missiva?
- Segundo o autor, é ele a pessoa mais indicada para redigir o documento? Justifique.
- Podemos afirmar que o texto “afremosenta” ou “afeia” a realidade encontrada pelos portugueses?
- Que sinal alertou os portugueses da proximidade da terra?
- Portugueses e índios não se entenderam no seu primeiro encontro. Porquê?
5. O fura-buxo é uma ave aquática autóctone do Brasil cujo nome em espanhol é fardarela de Kerguelen. Indique dez aves autóctones do Portugal continental, ilhas, ou PALOPS e dê a tradução para o espanhol.
6. O texto acima dá conta do achamento do Brasil desde a perspectiva portuguesa. Redija um breve texto noticioso onde descreva a chegada dos portugueses ao Brasil, mas, agora, desde a perspectiva dos índios.
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1ºA - Cachaça

1. Leia o texto com atenção.
A cana-de-açúcar, elemento básico para a obtenção através da fermentação de vários tipos de álcool entre eles o etílico, é uma planta pertencente à família das gramíneas (Saccharum officinarum) originária da Ásia, onde teve registrado seu cultivo desde os tempos mais remotos da História. Os primeiros relatos sobre a fermentação vêm dos egípcios antigos que curavam várias moléstias inalando vapor de líquidos aromatizados e fermentados, absorvido diretamente do bico de uma chaleira, num ambiente fechado. Os gregos registram o processo de obtenção da ácqua ardens. A Água que pega fogo - água ardente (Al Kuhu). A água ardente vai para as mãos dos Alquimistas que atribuem a ela propriedades místico-medicinais. Se transforma em água da vida. A Eau de Vie é receitada como elixir da longevidade. A aguardente então vai para da Europa para o Oriente Médio, pela força da expansão do Império Romano.
São os árabes que descobrem os equipamentos para a destilação, semelhantes aos que conhecemos hoje. Eles não usam a palavra Al kuhu e sim Al raga, originando o nome da mais popular aguardente da Península Sul da Ásia: Arak. Uma aguardente misturada com licores de anis e degustada com água. A tecnologia de produção espalha-se pelo velho e novo mundo. Na Itália, o destilado de uva fica conhecido como Grappa. Em terras Germânicas, se destila a partir da cereja, o kirsch. Na Escócia fica popular o Whisky, destilado da cevada sacarificada. No extremo Oriente, a aguardente serve para esquentar o frio das populações que não fabricam o Vinho de Uva. Na Rússia a Vodka, de centeio. Na China e Japão, o Sakê, de arroz.
Portugal também absorve a tecnologia dos árabes e destila a partir do bagaço de uva, a Bagaceira. Os portugueses, motivados pelas conquistas espanholas no Novo Mundo, lançam-se ao mar. Na vontade da exploração e na tentativa de tomar posse das terras descobertas no lado oeste do Tratado de Tordesilhas, Portugal traz ao Brasil a Cana de Açúcar, vindas do sul da Ásia. Assim surgem na nova colônia portuguesa, os primeiros núcleos de povoamento e agricultura.
Os primeiros colonizadores que vieram para o Brasil, apreciavam a Bagaceira Portuguesa e o Vinho d'Oporto. Assim como a alimentação, toda a bebida era trazida da Corte. Num engenho da Capitania de São Vicente, entre 1532 e 1548, descobrem o vinho de cana de açúcar - Garapa Azeda, que fica ao relento em cochos de madeiras para os animais, vinda dos tachos de rapadura. É uma bebida limpa, em comparação com o Cauim - vinho produzido pelos índios, no qual todos cospem num enorme caldeirão de barro para ajudar na fermentação do milho, acredita-se. Os Senhores de Engenho passam a servir o tal caldo, denominado Cagaça, para os escravos. Daí é um pulo para destilar a Cagaça, nascendo aí a Cachaça.
Dos meados do Século XVI até metade do Século XVII as "casas de cozer méis", como está registrado, se multiplicam nos engenhos. A Cachaça torna-se moeda corrente para compra de escravos na África. Alguns engenhos passam a dividir a atenção entre o açúcar e a Cachaça.
A descoberta de ouro nas Minas Gerais traz uma grande população, vinda de todos os cantos do país, que constrói cidades sobre as montanhas frias da Serra do Espinhaço. A Cachaça ameniza a temperatura.
Incomodada com a queda do comércio da Bagaceira e do vinho portugueses na colônia e alegando que a bebida brasileira prejudica a retirada do ouro das minas, a Corte proíbe várias vezes a produção, comercialização e até o consumo da Cachaça.
Sem resultados, a Metrópole portuguesa resolve taxar o destilado. Em 1756 a Aguardente de Cana de Açúcar foi um dos gêneros que mais contribuíram com impostos voltados para a reconstrução de Lisboa, abatida por um grande terremoto em 1755. Para a Cachaça são criados vários impostos conhecidos como subsídios, como o literário, para manter as faculdades da Corte. Como símbolo dos Ideais de Liberdade, a Cachaça percorre as bocas dos Inconfidentes e da população que apoia a Conjuração Mineira. A Aguardente da Terra se transforma no símbolo de resistência à dominação portuguesa.
Com o passar dos tempos melhoram-se as técnicas de produção. A Cachaça é apreciada por todos. É consumida em banquetes palacianos e misturada ao gengibre e outros ingredientes, nas festas religiosas portuguesas - o famoso Quentão.
No século passado instala-se, com a economia cafeeira, a abolição da escravatura e o início da república, um grande e largo preconceito a tudo que fosse relativo ao Brasil. A moda é européia e a cachaça é deixada um pouco de lado. Em 1922, a Semana da Arte Moderna, vem resgatar a brasilidade. No decorrer do nosso século, o samba é resgatado. Vira o carnaval. Nestas últimas décadas a feijoada é valorizada como comida brasileira especial e a Cachaça ainda tenta desfazer preconceitos e continuar no caminho da apuração de sua qualidade. Hoje, várias marcas de alta qualidade figuram no comércio nacional e internacional e estão presentes nos melhores restaurantes e adegas residenciais pelo Brasil e pelo mundo.
Fonte: www.museudacachaca.com.br (adaptado)
2. Encontre dentre o texto as palavras definidas.
- Vaso metálico onde se serve água para o chá.
- Aumentar o calor.
- Espécie de vasilha oblonga, onde se põe água ou comida para o gado.
- Moinho de cana. Fábrica de açúcar.
- Lançar um imposto sobre.
- Escolha, seleção.
3. Responda às perguntas conforme o texto.
- De onde provem a cana de açúcar?
- Na antiguidade, os produtos destilados eram utilizados para...
- Que acontecimento histórico ajudou na divulgação da bebida espirituosa chamada de Eau de Vie?
- Como se elabora o Cauim?
- A comercialização da cachaça esteve interdita. Qual foi o motivo para isso?
- Depois de proibido o comercio da cachaça, este é restituído e aproveitada a sua tributação. Porquê?
- Quem foram os Inconfidentes?
- Em que consistiu a Conjuração Mineira?
4. A cachaça é a bebida nacional do Brasil daí que até se tenham especificado umas normas de utilização. São as que se seguem, mas deve colocá-las ordeiramente. Por exemplo: Primeiro bebê, segundo pagá, terceiro...
-Cuspí, voltá, curá ressaca, levantá, drumí, ripití, caí e saí.
5. Redija um texto intitulado: Dar de beber à dor, é o melhor?
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sexta-feira, 6 de março de 2009

Água de unto

Ingredientes para quatro pessoas
- 1 talhadinha de unto (cerca de 50 g).
- Fatias de pão de centeio (cerca de 200 g).
- Água e sal.
Confecção
- Corta-se a talhadinha de unto e rija-se (derrete-se) numa frigideira.
- Tem-se ao lume uma panela com água a ferver, dentro da qual se deita o unto derretido.
- Tempera-se com sal.
- Têm-se as malgas preparadas com o pão de centeio cortado em fatias e enchem-se com o caldo.
- Também se podem escalfar ovos na água do unto a ferver.
- Nesse caso, escalfa-se 1 ovo por pessoa e põe-se sobre o pão antes de se deitar o caldo na malga.
NOTA: Unto é a gordura que se encontra entre o soventre e o peritoneu. Em Trás-os-Montes, esta gordura é amassada, enrolada e moldada em bola; esta bola é envolvida na pele de unto (tiés) e depois de atada é pendurada no fumeiro. O soventre é o mesmo que entremeada [carne gorda da barriga que serve para fazer rojões e que se encontra agarrada à pele (couro ou couracho) e do outro lado do unto].
Esta sopa é usada nesta zona como pequeno almoço dos que no Inverno se ocupam quer da lavoura quer do pastoreio.
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