1. Leia o texto com atenção.
HÁ 80 ANOS A PREVER O DIA SEGUINTE
'Borda d'Água'. O almanaque fundado em 1929 está congelado no tempo - é impresso numa tipografia tradicional e mantém a mesma linha editorial de há oito décadas. Tem tudo para estar condenado, mas demonstrou que a lei da probabilidade é um falhanço. Há cada vez mais leitores
Nasceu no início da Grande Depressão, em 1929, atravessou de uma ponta à outra o regime salazarista, chegou à democracia e promete, este ano, ultrapassar a pior crise económica das últimas décadas. Há 80 anos que o Borda d'Água ensina ciência, mezinhas e outras sabedorias populares. Pode vir a Internet, a televisão por cabo, as enciclopédias digitais ou qualquer outra tecnologia de ponta que o "Velho da Cartola"continua igual a si próprio. "É uma tradição que se cumpre de geração para geração e que abarca leitores de todos os estratos sociais", conta Narcisa Fernandes, sócia-gerente da Minerva, a editora que fundou e publica o almanaque.
O Borda d'Água não vai atrás ou à frente do progresso. Não precisa. Há cada vez mais adeptos, que querem saber quando plantar batatas, podar a vinha ou colher rabanetes. O caderno de papel reciclado é um best-seller - a edição de 2009 já vendeu 340 mil exemplares e na oficina da editorial Minerva, em Lisboa, as rotativas continuam a imprimir outras largas centenas de cópias que vão chegar nos próximos dias aos quiosques e aos vendedores de rua.
Os leitores separam as páginas com um canivete ou um corta-papéis à espera de encontrar sempre o mesmo - conhecer antecipadamente os dias de sol e de chuva ou ter em primeira mão as previsões para a agricultura. Por mais que possa ser complicado ver o futuro em tempos de mudança, o Bordad'Água oferece previsibilidade a troco de 1,50 euros. Não há aquecimento global ou qualquer outra mudança climática com força suficiente para derrotar o almanaque. Por mais surpreendente que seja o dia seguinte, o "reportório útil a toda a gente" está em cima do acontecimento.
"No Inverno de 2007, conseguimos prever o tempo seco e quente e, no ano passado, antecipámos as chuvas torrenciais do Outono", explica Célia Cadete, directora do Borda d'Água. O Observatório Astronómico da Ajuda tem uma quota parte do mérito, mas não explica tudo: "São uns pozinhos mágicos que temos." Célia prefere não revelar o segredo, embora ofereça algumas pistas: "Basta saber ler os sinais da natureza."
São dotes usados no Borda d'Água desde os anos 60, altura em que Artur Campos, funcionário da Minerva, passou pela direcção da revista: "Apesar de ter apenas a instrução primária, conseguia determinar com bastante rigor qual o estado do tempo para o ano inteiro", diz Narcisa. Perdia noites de olhos postos no céu a contar as estrelas e a fazer cálculos matemáticos: "Ao longo de 50 anos fez as previsões atmosféricas que deram credibilidade à nossa revista."
A reputação do Borda d'Água é ainda hoje reconhecida por milhares de leitores, o que poderá ser um suspiro de alívio para quem está à espera de um ano ainda mais difícil do que o último. O almanaque de 2009 desdiz as previsões de crise e até contraria o pessimismo do Presidente Cavaco Silva, que na mensagem de Ano Novo alertou para os maus tempos que se avizinham para os agricultores.
Os prognósticos do Borda d'Água são outros. "Haverá abundância de trigo e de outros alimentos; a carne e o peixe não vão faltar. O vinho, esse, será em abundância e de mui boa qualidade." Quem tem, afinal, razão? A única certeza é que os presidentes mudam e o Borda d'Água está para ficar.
HÁ 80 ANOS A PREVER O DIA SEGUINTE
'Borda d'Água'. O almanaque fundado em 1929 está congelado no tempo - é impresso numa tipografia tradicional e mantém a mesma linha editorial de há oito décadas. Tem tudo para estar condenado, mas demonstrou que a lei da probabilidade é um falhanço. Há cada vez mais leitores
Nasceu no início da Grande Depressão, em 1929, atravessou de uma ponta à outra o regime salazarista, chegou à democracia e promete, este ano, ultrapassar a pior crise económica das últimas décadas. Há 80 anos que o Borda d'Água ensina ciência, mezinhas e outras sabedorias populares. Pode vir a Internet, a televisão por cabo, as enciclopédias digitais ou qualquer outra tecnologia de ponta que o "Velho da Cartola"continua igual a si próprio. "É uma tradição que se cumpre de geração para geração e que abarca leitores de todos os estratos sociais", conta Narcisa Fernandes, sócia-gerente da Minerva, a editora que fundou e publica o almanaque.
O Borda d'Água não vai atrás ou à frente do progresso. Não precisa. Há cada vez mais adeptos, que querem saber quando plantar batatas, podar a vinha ou colher rabanetes. O caderno de papel reciclado é um best-seller - a edição de 2009 já vendeu 340 mil exemplares e na oficina da editorial Minerva, em Lisboa, as rotativas continuam a imprimir outras largas centenas de cópias que vão chegar nos próximos dias aos quiosques e aos vendedores de rua.
Os leitores separam as páginas com um canivete ou um corta-papéis à espera de encontrar sempre o mesmo - conhecer antecipadamente os dias de sol e de chuva ou ter em primeira mão as previsões para a agricultura. Por mais que possa ser complicado ver o futuro em tempos de mudança, o Bordad'Água oferece previsibilidade a troco de 1,50 euros. Não há aquecimento global ou qualquer outra mudança climática com força suficiente para derrotar o almanaque. Por mais surpreendente que seja o dia seguinte, o "reportório útil a toda a gente" está em cima do acontecimento.
"No Inverno de 2007, conseguimos prever o tempo seco e quente e, no ano passado, antecipámos as chuvas torrenciais do Outono", explica Célia Cadete, directora do Borda d'Água. O Observatório Astronómico da Ajuda tem uma quota parte do mérito, mas não explica tudo: "São uns pozinhos mágicos que temos." Célia prefere não revelar o segredo, embora ofereça algumas pistas: "Basta saber ler os sinais da natureza."
São dotes usados no Borda d'Água desde os anos 60, altura em que Artur Campos, funcionário da Minerva, passou pela direcção da revista: "Apesar de ter apenas a instrução primária, conseguia determinar com bastante rigor qual o estado do tempo para o ano inteiro", diz Narcisa. Perdia noites de olhos postos no céu a contar as estrelas e a fazer cálculos matemáticos: "Ao longo de 50 anos fez as previsões atmosféricas que deram credibilidade à nossa revista."
A reputação do Borda d'Água é ainda hoje reconhecida por milhares de leitores, o que poderá ser um suspiro de alívio para quem está à espera de um ano ainda mais difícil do que o último. O almanaque de 2009 desdiz as previsões de crise e até contraria o pessimismo do Presidente Cavaco Silva, que na mensagem de Ano Novo alertou para os maus tempos que se avizinham para os agricultores.
Os prognósticos do Borda d'Água são outros. "Haverá abundância de trigo e de outros alimentos; a carne e o peixe não vão faltar. O vinho, esse, será em abundância e de mui boa qualidade." Quem tem, afinal, razão? A única certeza é que os presidentes mudam e o Borda d'Água está para ficar.
Fonte: www.dn.sapo.pt
2. Encontre dentre o texto as palavras definidas.
- Calendário que contém os dias do ano, festas, feriados, luas, etc.
- Erro, acção de não acertar.
- Remédio caseiro.
- Pequena navalha com a folha estreita para aguçar lápis, etc.
- Dom natural, merecimento, prenda de espírito, formosura.
3. Responda às perguntas conforme o texto.
- O que tem o Borda d'Água para estar condenado?
- Lendo o Borda d'Água podemos aprender sobre...
- Quais os factores que ainda não conseguiram alterar o Velho da Cartola?
- Podemos afirmar que o almanaque é uma publicação moderna e futurista? Justifique.
- O que é que procuram os leitores do Borda d’Água?
- Que fenómenos climatéricos de importância antecipou recentemente o almanaque?
- Que metodologia utiliza o Sr. Artur Campos para fazer as previsões?
- Quais são os prognósticos do Borda d'Água para o anos corrente?
4. Redija um texto com a previsão do tempo para o dia de amanhã em todo o território continental e ilhas.
- Calendário que contém os dias do ano, festas, feriados, luas, etc.
- Erro, acção de não acertar.
- Remédio caseiro.
- Pequena navalha com a folha estreita para aguçar lápis, etc.
- Dom natural, merecimento, prenda de espírito, formosura.
3. Responda às perguntas conforme o texto.
- O que tem o Borda d'Água para estar condenado?
- Lendo o Borda d'Água podemos aprender sobre...
- Quais os factores que ainda não conseguiram alterar o Velho da Cartola?
- Podemos afirmar que o almanaque é uma publicação moderna e futurista? Justifique.
- O que é que procuram os leitores do Borda d’Água?
- Que fenómenos climatéricos de importância antecipou recentemente o almanaque?
- Que metodologia utiliza o Sr. Artur Campos para fazer as previsões?
- Quais são os prognósticos do Borda d'Água para o anos corrente?
4. Redija um texto com a previsão do tempo para o dia de amanhã em todo o território continental e ilhas.