sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

2NB - Raul Solnado

1. Leia o texto com atenção.
Nascido em Lisboa a 19 de Outubro de 1929, Raul Augusto Almeida Solnado foi incontestavelmente um dos maiores símbolos do humor nacional, tendo participado em inúmeros projectos do género que o consagraram como uma das personalidades mais amadas e respeitadas pelo público português.
Raul Solnado começou a fazer teatro aos 18 anos de idade na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, tendo conseguido atingir a profissionalização em 1952. Um ano mais tarde estreou-se como profissional no teatro de revista em "Viva O Luxo". Nesse mesmo ano também participou na peça "Ela não Gostava do Patrão". Entre 1956 e 1960 participou em várias peças de teatro como "Três Rapazes e Uma Rapariga" ou "As Pupilas do Senhor Reitor". Em 1958 estreou-se finalmente no cinema através dos filmes "Sangue Toureiro" e "O Tarzan do Quinto Esquerdo". Foi através do sucesso do sketch humorístico "A Guerra de 1908" que Raul Solnado conquistou a simpatia e admiração do público português que se rendeu aos seus dotes humorísticos.
Esta admiração generalizada é comprovada pelos recordes de vendas alcançados pelo disco que reunia "A Guerra de 1908" e "A História da Minha Vida". Em 1962, Raul Solnado conquistou o Prémio de Imprensa para Melhor Actor de Cinema, o primeiro grande galardão da carreira do humorista. Entre 1962 e 1969, Raul Solnado continuou a conquistar prémios e a deslumbrar audiências no teatro e no cinema através de brilhantes prestações em "O Impostor-Geral" ou "Vamos Contar Mentiras". É durante este curto período de tempo que se torna no principal fundador e empresário do Teatro Villaret.
Em 1969, Raul Solnado junta-se a Fialho Gouveia e Carlos Cruz para gravar "Zip-Zip", um divertido programa de televisão que se tornou rapidamente num dos maiores sucessos televisivos da RTP. Na década de 70, Raul Solnado dedica uma grande parte do seu tempo ao teatro, tendo participado em algumas peças que ainda hoje são lembradas com saudade como "Prá Frente Lisboa" ou "Isto É Que Me Dói". Em 1977 regressou em grande à televisão com outro programa de sucesso, "A Visita da Cornélia". Na década de 80, juntou-se novamente a Fialho Gouveia e Carlos Cruz na RTP para apresentar o programa "O Resto São Cantigas" onde foram recordados músicos e compositores da época áurea da música ligeira portuguesa. Ainda na televisão, apresentou o concurso "Faz de Conta" e participa numa comédia nacional chamada “Lá Em Casa Tudo Bem”. Em 1987 regressa ao cinema para interpretar um papel dramático no filme "A Balada da Praia dos Cães" de José Fonseca e Costa. Em 1993 participou na telenovela "A Banqueira do Povo" ao lado de Eunice Muñoz, outro ícone da representação nacional.Voltou aos palcos do teatro em 2001 com um papel de grande relevo na peça "O Magnífico Reitor" de Freitas do Amaral. Nesse mesmo ano recebeu o prestigiado e importante Prémio de Carreira Luíz Vaz de Camões.
A sua ilustre carreira é novamente homenageada com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa (2002) e com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, entregue em 10 de Junho de 2004 pelo Presidente da República Jorge Sampaio. A 8 de Agosto de 2009, Raul Solnado faleceu em Lisboa aos 79 anos de idade, vítima de doença cardiovascular prolongada. O humor e a representação nacional ficaram mais pobres com a perda dum ícone que motivou várias gerações de artistas portugueses e alegrou durante décadas um povo com poucas razões para sorrir.

2. Defina os seguintes termos ou expressões e faça uma frase a modo de exemplo.
- Atingir.
- Alcançar.
- Prestação.
- Fazer de conta.

3. Responda às perguntas conforme o texto.
- Podemos dizer de Raul Solnado que era um “tripeiro de cepa”? Porquê?
- Qual foi a peça que catapultou a carreira do humorista?
- Que relação une o humorista com o escritor Júlio Dinis?
- Além de humorista, Raul Solnado distinguiu-se também pelo seu desempenho noutras áreas. Quais?
- Qual foi o papel social comumente atribuído a Raul Solnado?

4. Em português as palavras paroxítonas acentuam-se, entre outros casos, quando terminam em ditongo oral seja ele crescente ou decrescente. Encontre no texto vocábulos nos quais se verifique esta ocorrência e, a estes, acrescente mais cinco exemplos.

5. Pense agora numa personagem cujo percurso vital e profissional se assemelhe ao de Raul Solnado e redija uma breve biografia utilizando os tempos verbais adequados.
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1NI - Corpo Expedicionário PT

1. Leia o texto com atenção.
Após hesitações e polémicas, os portugueses resolveram entrar na Primeira Guerra Mundial, justificando tal atitude com a defesa das colónias, cobiçadas pelos alemães, e a afirmação do prestígio internacional de Portugal, para além da afirmação da jovem República, legitimando assim a pretensão de entrar em conversações de paz donde pudesse retirar dividendos para a nação. O apelo da Inglaterra acelerou a entrada no conflito: a pedido dos ingleses, Portugal aprisionou, em 1916, cerca de setenta navios alemães fundeados nos portos nacionais e ultramarinos, o que precipitou a declaração de guerra da Alemanha a Portugal a 9 de Março. Já adversários em África havia alguns anos, as hostilidades luso-alemãs passaram assim também para a Europa, ainda que aqui os portugueses estivessem inseridos em contingentes aliados. O governo da República decidiu criar, por isso, o Corpo Expedicionário Português.
Designado tradicionalmente por CEP, os seus dois primeiros contingentes rumaram à França em 26 de Janeiro de 1917, depois de terem sido preparados sob a direcção do general e ministro de Guerra Norton de Matos de forma rapidíssima nos quartéis de Tancos, facto que na altura se apelidou de milagre de Tancos, tão depressa e bem se transformaram em soldados aptos e capazes para um conflito duro homens que, até pouco tempo antes, tinham uma vida civil, pacata e tranquila. Integrados nos sectores britânicos, os soldados portugueses tinham como função guarnecer as posições da frente designadas para as suas brigadas, o que fizeram durante dois anos consecutivos em condições de combate extremamente duras. Ao fim daqueles dois anos permanentemente em trincheiras, foram substituídos por unidades britânicas. O cansaço e o stress da guerra acumulados naquele tempo eram demasiado grandes e a operacionalidade e o moral baixos. Durante aquela rendição, deu-se a ofensiva de Abril dos alemães, um esforço para abrir brechas na frente aliada e "empurrar" os exércitos britânicos para o mar, tentando assim abrir caminho para a França. Esta ofensiva foi antecedida, a 9 daquele mês de 1918, de uma feroz e mortífera barragem da artilharia alemã sobre as posições do CEP, ponto nevrálgico para onde confluiria a coluna principal da ofensiva, aproveitando a extenuação e falta de reservas humanas e materiais dos portugueses, desapoiados que estavam depois da derrota dos flancos britânicos da frente em que se incorporavam. A resistência foi tenaz e adiou a passagem alemã, ficando célebre a Batalha do Lys.
O CEP sofreu pesadas baixas e divisão em pequenos grupos sem ligação, ficando o que dele restava, depois da batalha, integrado no exército britânico. Esta batalha celebrizou um soldado, Aníbal Augusto Milhais, pelo desempenho heróico ao proteger a retirada dos camaradas a tiros de metralhadora.
A quase extinção da 2.ª Divisão deste Corpo foi um golpe de azar, uma vez que estava a ponto de ser substituída por forças inglesas após ter cumprido um período de seis meses na frente. Mas a dita substituição apenas foi pensada porque o general Tamagnini comunicou a 4 de Abril a notícia dos motins causados pela falta de mantimentos e substitutos. Esta situação de enfraquecimento traduz o estado de abandono a que tinham sido votados os soldados portugueses pelo governo nacional saído da ditadura militar imposta em Dezembro de 1917. Este período foi o pior do CEP no teatro de batalha, uma vez que o governo de Sidónio Pais era adepto de uma menor intervenção de Portugal numa guerra que agravava as dificuldades que se viviam no país. O processo de recrutamento tornou-se mais complexo, com o objectivo de enviar cada vez menos soldados, tendo a entrada dos Estados Unidos na guerra favorecido esta política. As forças portuguesas perderam importância perante os novos reforços, que se revelariam decisivos para o desfecho da Primeira Guerra Mundial.
Apesar de Portugal ter atingido os objectivos que nortearam a sua entrada na guerra, o saldo de tal envolvimento foi gravoso e pesado: mais de doze milhares de mortos, feridos, desaparecidos e prisioneiros.
Fonte: http://www.infopedia.pt/ (adaptado)

2. Defina os seguintes termos e refira alguns sinónimos.
- Cobiçar.
- Rumar.
- Apelidar.
- Pacato.
- Adiar.
- Gravoso.
- Desfecho.
- Nortear.

3. Responda com verdadeiro ou falso às seguintes afirmações e justifique as respostas falsas.
- A participação portuguesa na IGM foi decididamente imediata.
- A participação portuguesa na IGM tinha a clara intenção de arrecadar ulteriores benefícios.
- Os militares que compunham o CEP eram soldados antigos, experientes e muito bem preparados
- O CEP não teve independência mas ficou sob o comando inglês.
- Dois anos depois o CEP sentiu o desgaste que a guerra lhe impôs.
- Sidónio Pais não era muito partidário da envolvência portuguesa na IGM.

4. A palavra desapoiados resulta da junção do prefixo des, que lhe faculta o sentido de contrário, e do adjectivo apoiados. Refira agora os antónimos das seguintes palavras.
- Feliz.
- Humano.
- Útil.
- Necessário.
- Vantagem.
- Justo.
- Marcar.
- Honesto.

5. Na Batalha do Lys a 2ª Divisão do CEP foi completamente desbaratada. No meio do caos, distinguiram-se vários homens, anónimos na sua maior parte. Porém, um nome ficou para a História. Procure informação sobre este “herói” e redija um breve texto explicando a sua façanha.
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2NA - Nambuangongo Meu Amor

1. Leia com atenção este poema cuja autoria devemos ao escritor Manuel Alegre.
Nambuangongo Meu Amor
Em Nambuangongo tu não viste nada
não viste nada nesse dia longo longo
a cabeça cortada
e a flor bombardeada
não tu não viste nada em Nambuangongo

Falavas de Hiroxima tu que nunca viste
em cada homem um morto que não morre.
Sim nós sabemos Hiroxima é triste
mas ouve em Nambuangongo existe
em cada homem um rio que não corre.

Em Nambuangongo o tempo cabe num minuto
em Nambuangongo a gente lembra a gente esquece
em Nambuangongo olhei a morte e fiquei nu. Tu
não sabes mas eu digo-te: dói muito.
Em Nambuangongo há gente que apodrece.

Em Nambuangongo a gente pensa que não volta
cada carta é um adeus em cada carta se morre
cada carta é um silêncio e uma revolta.
Em Lisboa na mesma isto é a vida corre.
E em Nambuangongo a gente pensa que não volta.

É justo que me fales de Hiroxima.
Porém tu nada sabes deste tempo longo longo
tempo exactamente em cima
do nosso tempo. Ai tempo onde a palavra vida rima
com a palavra morte em Nambuangongo.

2. Redija um cometário a propósito do poema tratando os pontos que de seguida se detalham.
- Autor.
- Contexto em que a obra se insere.
- Espaço a que o poema faz referência.
- Significado e relevância da obra.
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