sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

1NI - Corpo Expedicionário PT

1. Leia o texto com atenção.
Após hesitações e polémicas, os portugueses resolveram entrar na Primeira Guerra Mundial, justificando tal atitude com a defesa das colónias, cobiçadas pelos alemães, e a afirmação do prestígio internacional de Portugal, para além da afirmação da jovem República, legitimando assim a pretensão de entrar em conversações de paz donde pudesse retirar dividendos para a nação. O apelo da Inglaterra acelerou a entrada no conflito: a pedido dos ingleses, Portugal aprisionou, em 1916, cerca de setenta navios alemães fundeados nos portos nacionais e ultramarinos, o que precipitou a declaração de guerra da Alemanha a Portugal a 9 de Março. Já adversários em África havia alguns anos, as hostilidades luso-alemãs passaram assim também para a Europa, ainda que aqui os portugueses estivessem inseridos em contingentes aliados. O governo da República decidiu criar, por isso, o Corpo Expedicionário Português.
Designado tradicionalmente por CEP, os seus dois primeiros contingentes rumaram à França em 26 de Janeiro de 1917, depois de terem sido preparados sob a direcção do general e ministro de Guerra Norton de Matos de forma rapidíssima nos quartéis de Tancos, facto que na altura se apelidou de milagre de Tancos, tão depressa e bem se transformaram em soldados aptos e capazes para um conflito duro homens que, até pouco tempo antes, tinham uma vida civil, pacata e tranquila. Integrados nos sectores britânicos, os soldados portugueses tinham como função guarnecer as posições da frente designadas para as suas brigadas, o que fizeram durante dois anos consecutivos em condições de combate extremamente duras. Ao fim daqueles dois anos permanentemente em trincheiras, foram substituídos por unidades britânicas. O cansaço e o stress da guerra acumulados naquele tempo eram demasiado grandes e a operacionalidade e o moral baixos. Durante aquela rendição, deu-se a ofensiva de Abril dos alemães, um esforço para abrir brechas na frente aliada e "empurrar" os exércitos britânicos para o mar, tentando assim abrir caminho para a França. Esta ofensiva foi antecedida, a 9 daquele mês de 1918, de uma feroz e mortífera barragem da artilharia alemã sobre as posições do CEP, ponto nevrálgico para onde confluiria a coluna principal da ofensiva, aproveitando a extenuação e falta de reservas humanas e materiais dos portugueses, desapoiados que estavam depois da derrota dos flancos britânicos da frente em que se incorporavam. A resistência foi tenaz e adiou a passagem alemã, ficando célebre a Batalha do Lys.
O CEP sofreu pesadas baixas e divisão em pequenos grupos sem ligação, ficando o que dele restava, depois da batalha, integrado no exército britânico. Esta batalha celebrizou um soldado, Aníbal Augusto Milhais, pelo desempenho heróico ao proteger a retirada dos camaradas a tiros de metralhadora.
A quase extinção da 2.ª Divisão deste Corpo foi um golpe de azar, uma vez que estava a ponto de ser substituída por forças inglesas após ter cumprido um período de seis meses na frente. Mas a dita substituição apenas foi pensada porque o general Tamagnini comunicou a 4 de Abril a notícia dos motins causados pela falta de mantimentos e substitutos. Esta situação de enfraquecimento traduz o estado de abandono a que tinham sido votados os soldados portugueses pelo governo nacional saído da ditadura militar imposta em Dezembro de 1917. Este período foi o pior do CEP no teatro de batalha, uma vez que o governo de Sidónio Pais era adepto de uma menor intervenção de Portugal numa guerra que agravava as dificuldades que se viviam no país. O processo de recrutamento tornou-se mais complexo, com o objectivo de enviar cada vez menos soldados, tendo a entrada dos Estados Unidos na guerra favorecido esta política. As forças portuguesas perderam importância perante os novos reforços, que se revelariam decisivos para o desfecho da Primeira Guerra Mundial.
Apesar de Portugal ter atingido os objectivos que nortearam a sua entrada na guerra, o saldo de tal envolvimento foi gravoso e pesado: mais de doze milhares de mortos, feridos, desaparecidos e prisioneiros.
Fonte: http://www.infopedia.pt/ (adaptado)

2. Defina os seguintes termos e refira alguns sinónimos.
- Cobiçar.
- Rumar.
- Apelidar.
- Pacato.
- Adiar.
- Gravoso.
- Desfecho.
- Nortear.

3. Responda com verdadeiro ou falso às seguintes afirmações e justifique as respostas falsas.
- A participação portuguesa na IGM foi decididamente imediata.
- A participação portuguesa na IGM tinha a clara intenção de arrecadar ulteriores benefícios.
- Os militares que compunham o CEP eram soldados antigos, experientes e muito bem preparados
- O CEP não teve independência mas ficou sob o comando inglês.
- Dois anos depois o CEP sentiu o desgaste que a guerra lhe impôs.
- Sidónio Pais não era muito partidário da envolvência portuguesa na IGM.

4. A palavra desapoiados resulta da junção do prefixo des, que lhe faculta o sentido de contrário, e do adjectivo apoiados. Refira agora os antónimos das seguintes palavras.
- Feliz.
- Humano.
- Útil.
- Necessário.
- Vantagem.
- Justo.
- Marcar.
- Honesto.

5. Na Batalha do Lys a 2ª Divisão do CEP foi completamente desbaratada. No meio do caos, distinguiram-se vários homens, anónimos na sua maior parte. Porém, um nome ficou para a História. Procure informação sobre este “herói” e redija um breve texto explicando a sua façanha.

 
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