Falar das relações ibéricas nos últimos tempos é sinónimo de TGV, Plataforma Logística, maternidades, invasão económica ou inclusão do português/espanhol no currículo escolar. E eis que a agenda de cooperação luso-espanhola abrange – e felizmente que assim é – todo um leque de questões que, à partida, visam a manutenção e a melhora daquilo que se tem denominado cooperação transfronteiriça. Todavia, neste contexto de grande partilha de interesses e procura de um bem-estar comum, emerge, dentre os mais recônditos esconderijos que a fronteira ainda alberga, aquela velha lengalenga das assimetrias informativas. Ou melhor, que os media portugueses dedicam boa parte do seu espaço televisivo, radiofónico ou editorial às peripécias de “nuestros hermanos” enquanto, da parte espanhola, pouca ou nenhuma atenção se dá ao que acontece a “nuestros vecinos” doutro lado da raia.
Porém, algo está a mudar.
Longe de congressos, cimeiras ou debates peninsulares ao mais alto nível um novo olhar se estende pela pele de toiro. Um novo – e em muitos casos o primeiro – olhar à cultura portuguesa. Pois, para além dos consagrados embaixadores lusos, Mariza, Maria de Medeiros, Dulce Pontes ou até o próprio Quim Barreiros – lembremos aqui que A Cabritinha passa até no Carrusel Deportivo da SER –, outros novos e muito mais humildes diplomatas ganham terreno nos espaços informativos espanhóis.
OS FORCADOS
«Impresionantes pegas de los Forcados de Santa Eulália», «Los forcados Amadores de Santa Eulália realizaron dos extraordinarias pegas al tercero y al quinto» são alguns dos cabeçalhos que podemos ler hoje na imprensa especializada e não só. Porque o que se viu ontem no Coliseu de Atarfe (Granada) – em corrida televisionada pelo Canal Sur Andaluzia – não ficará, com certeza, nos anais da tauromaquia, mas sim na retina daqueles que tiveram a felicidade de o ver. Duas grandes pegas de caras protagonizadas pelo Grupo de Forcados Amadores de Santa Eulália, que empolgaram um público cansado dessa monótona festa brava de “charanga y pandereta” que dizia Machado. Duas grandes pegas que reflectem o espírito de entreajuda e abnegação duns jovens anónimos, de vidas simples que, de vez em quando, se juntam para pegar toiros em virtude de um não-sei-quê que alguns chamam amizade. Pois como alguém já disse: um grupo de forcados é, antes de mais, um grupo de amigos.
Porém, algo está a mudar.
Longe de congressos, cimeiras ou debates peninsulares ao mais alto nível um novo olhar se estende pela pele de toiro. Um novo – e em muitos casos o primeiro – olhar à cultura portuguesa. Pois, para além dos consagrados embaixadores lusos, Mariza, Maria de Medeiros, Dulce Pontes ou até o próprio Quim Barreiros – lembremos aqui que A Cabritinha passa até no Carrusel Deportivo da SER –, outros novos e muito mais humildes diplomatas ganham terreno nos espaços informativos espanhóis.
OS FORCADOS
«Impresionantes pegas de los Forcados de Santa Eulália», «Los forcados Amadores de Santa Eulália realizaron dos extraordinarias pegas al tercero y al quinto» são alguns dos cabeçalhos que podemos ler hoje na imprensa especializada e não só. Porque o que se viu ontem no Coliseu de Atarfe (Granada) – em corrida televisionada pelo Canal Sur Andaluzia – não ficará, com certeza, nos anais da tauromaquia, mas sim na retina daqueles que tiveram a felicidade de o ver. Duas grandes pegas de caras protagonizadas pelo Grupo de Forcados Amadores de Santa Eulália, que empolgaram um público cansado dessa monótona festa brava de “charanga y pandereta” que dizia Machado. Duas grandes pegas que reflectem o espírito de entreajuda e abnegação duns jovens anónimos, de vidas simples que, de vez em quando, se juntam para pegar toiros em virtude de um não-sei-quê que alguns chamam amizade. Pois como alguém já disse: um grupo de forcados é, antes de mais, um grupo de amigos.