1. Leia o texto com atenção.
Corria o ano de 1637. Na cidade fronteiriça de Elvas, vivia um jovem fidalgo, de poucas posses, chamado Lopo de Mendonça, conhecido pela sua valentia e porte galante e ainda pela sua influência entre as damas. Dom Lopo era, por isso, presença assídua em todas as festas das redondezas.
Numa dessas ocasiões, por alturas da feira de Zafra, aconteceu Dom Lopo conhecer a mais bela das jovens casadoiras, Dona Mência, daquela cidade espanhola. Logo se apaixonaram um pelo outro, passando o moço fidalgo a visitá-la com frequência. Contudo, numa dessas saídas, voltou apreensivo. Ao ser abordado pelo seu amigo Dom Álvaro para que se abrisse com ele, contou-lhe que pedira Dona Mência em casamento, mas que o pai recusara o pedido, pois ela estava prometida a Dom Afonso Ramirez, descendente de uma nobre e riquíssima família. A jovem tinha sido encerrada num convento enquanto preparavam a boda com o fidalgo espanhol. Dom Álvaro ficou pensativo e, como não podia ver o amigo infeliz, logo ali o aconselhou a partir para Zafra para falar com Dona Mência. Se ela o amasse verdadeiramente talvez concordasse em fugir com o fidalgo português.
Assim fez Dom Lopo. Era já noite quando chegou ao convento. Pediu para falar com uma das noviças junto de quem Dona Mência tinha encontrado algum apoio e expôs-lhe o seu plano. A noviça ficou espantada, mas lá combinou um encontro entre os jovens apaixonados.
Era uma hora da madrugada quando finalmente puderam falar. As lágrimas corriam pelo rosto de Dona Mência, pois julgava não mais ver o seu amado. Estava disposta a afrontar o pai, pois a vida sem Dom Lopo representava a morte. Combinaram, então, encontrar-se no dia seguinte à mesma hora. Dona Mência subiria à torre; aí estaria Dom Lopo à sua espera. Em baixo, um cavalo e um pagem esperariam por eles.
O dia passou e chegou o momento aprazado. O jovem lá estava junto ao convento. Viu a corda pendente da torre e preparou-se para subir. De repente, viu-se rodeado por Dom Árias, o pai de Dona Mência, e quatro criados. O pagem contratado tinha-o traído. Era um dos criados de Dom Árias. Ouviu-se um grito na torre. D. Mência tinha desmaiado. Furioso com aquela emboscada e afrontado com a bolachada que o pai da jovem lhe tinha dado, Dom Lopo desembainhou a sua espada e enterrou-a no peito de Dom Árias. Depois defrontou-se com dois dos criados do fidalgo espanhol, ferindo-os. Os outros dois fugiram. Aproveitando a confusão, conseguiu fugir de Zafra e atingir Sevilha, onde se alistou numa companhia que partia nesse dia para Nápoles. Queria morrer honradamente, combatendo numa qualquer peleja, pois não conseguia esquecer que assassinara o pai da sua amada.
Um ano passou. Dom Lopo regressou a Zafra e procurou Dona Mência. A jovem professara naquele mesmo convento de Santa Clara. Desiludido, angustiado, perseguido ainda pelo espectro de Dom Árias, Dom Lopo voltou para os campos de batalha e só descansou em paz quando a morte o veio finalmente buscar.
Corria o ano de 1637. Na cidade fronteiriça de Elvas, vivia um jovem fidalgo, de poucas posses, chamado Lopo de Mendonça, conhecido pela sua valentia e porte galante e ainda pela sua influência entre as damas. Dom Lopo era, por isso, presença assídua em todas as festas das redondezas.
Numa dessas ocasiões, por alturas da feira de Zafra, aconteceu Dom Lopo conhecer a mais bela das jovens casadoiras, Dona Mência, daquela cidade espanhola. Logo se apaixonaram um pelo outro, passando o moço fidalgo a visitá-la com frequência. Contudo, numa dessas saídas, voltou apreensivo. Ao ser abordado pelo seu amigo Dom Álvaro para que se abrisse com ele, contou-lhe que pedira Dona Mência em casamento, mas que o pai recusara o pedido, pois ela estava prometida a Dom Afonso Ramirez, descendente de uma nobre e riquíssima família. A jovem tinha sido encerrada num convento enquanto preparavam a boda com o fidalgo espanhol. Dom Álvaro ficou pensativo e, como não podia ver o amigo infeliz, logo ali o aconselhou a partir para Zafra para falar com Dona Mência. Se ela o amasse verdadeiramente talvez concordasse em fugir com o fidalgo português.
Assim fez Dom Lopo. Era já noite quando chegou ao convento. Pediu para falar com uma das noviças junto de quem Dona Mência tinha encontrado algum apoio e expôs-lhe o seu plano. A noviça ficou espantada, mas lá combinou um encontro entre os jovens apaixonados.
Era uma hora da madrugada quando finalmente puderam falar. As lágrimas corriam pelo rosto de Dona Mência, pois julgava não mais ver o seu amado. Estava disposta a afrontar o pai, pois a vida sem Dom Lopo representava a morte. Combinaram, então, encontrar-se no dia seguinte à mesma hora. Dona Mência subiria à torre; aí estaria Dom Lopo à sua espera. Em baixo, um cavalo e um pagem esperariam por eles.
O dia passou e chegou o momento aprazado. O jovem lá estava junto ao convento. Viu a corda pendente da torre e preparou-se para subir. De repente, viu-se rodeado por Dom Árias, o pai de Dona Mência, e quatro criados. O pagem contratado tinha-o traído. Era um dos criados de Dom Árias. Ouviu-se um grito na torre. D. Mência tinha desmaiado. Furioso com aquela emboscada e afrontado com a bolachada que o pai da jovem lhe tinha dado, Dom Lopo desembainhou a sua espada e enterrou-a no peito de Dom Árias. Depois defrontou-se com dois dos criados do fidalgo espanhol, ferindo-os. Os outros dois fugiram. Aproveitando a confusão, conseguiu fugir de Zafra e atingir Sevilha, onde se alistou numa companhia que partia nesse dia para Nápoles. Queria morrer honradamente, combatendo numa qualquer peleja, pois não conseguia esquecer que assassinara o pai da sua amada.
Um ano passou. Dom Lopo regressou a Zafra e procurou Dona Mência. A jovem professara naquele mesmo convento de Santa Clara. Desiludido, angustiado, perseguido ainda pelo espectro de Dom Árias, Dom Lopo voltou para os campos de batalha e só descansou em paz quando a morte o veio finalmente buscar.
Fonte: http://lendasdeportugal.no.sapo.pt
2. Defina os seguintes termos.
- Redondezas.
- Casadoiras.
- Pagem.
- Trair.
- Bolachada.
- Atingir.
- Peleja.
3. Responda às perguntas com VERDADEIRO ou FALSO justificando somente as respostas falsas.
- Dom Lopo era oriundo de uma família abastada.
- Dom Lopo não era grande amigo de gáudios e folias.
- O amor por Dona Mência era correspondido.
- A noviça nem se quer se incomodou perante a solicitação do fidalgo.
- O pagem era um traiçoeiro.
4. No texto aparece a frase: (Dom Lopo) Pediu para falar com uma das noviças junto de quem Dona Mência tinha encontrado algum apoio.
- Que tempo verbal representa o verbo FALAR?
- Dê 5 exemplos de frases utilizando esse mesmo tempo.
5. Em Portugal, um pouco por todo o lado, encontramos lendas e outras estórias que foram transmitidas pela tradição oral. Além da que acabou de ler, conhece mais alguma lenda portuguesa? Explique-a brevemente.
- Redondezas.
- Casadoiras.
- Pagem.
- Trair.
- Bolachada.
- Atingir.
- Peleja.
3. Responda às perguntas com VERDADEIRO ou FALSO justificando somente as respostas falsas.
- Dom Lopo era oriundo de uma família abastada.
- Dom Lopo não era grande amigo de gáudios e folias.
- O amor por Dona Mência era correspondido.
- A noviça nem se quer se incomodou perante a solicitação do fidalgo.
- O pagem era um traiçoeiro.
4. No texto aparece a frase: (Dom Lopo) Pediu para falar com uma das noviças junto de quem Dona Mência tinha encontrado algum apoio.
- Que tempo verbal representa o verbo FALAR?
- Dê 5 exemplos de frases utilizando esse mesmo tempo.
5. Em Portugal, um pouco por todo o lado, encontramos lendas e outras estórias que foram transmitidas pela tradição oral. Além da que acabou de ler, conhece mais alguma lenda portuguesa? Explique-a brevemente.