quarta-feira, 19 de novembro de 2008

1NB - Almeida Garrett

1. Leia o texto com atenção e procure no diccionário as palavras que lhe dificultam a compreensão.
Caros alunos de português:
Podem chamar-me João, mas devem saber que o meu nome completo é João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett. Com vêem, um bocado extenso. Para ser sincero, devo dizer que antes era mais curto, demasiado simples, por isso fui buscar o meu último apelido – Garrett – a uma ascendente irlandesa que outrora descobri na genealogia paterna. Sou natural da Cidade Invicta, onde nasci em 1799 no seio duma família acomodada de comerciantes minhotos. Passei a minha infância a caminho das quintas do Castelo de do Sardão. Locais misterioso, rodeados de histórias de fantasmas e aparições que a Dona Brígida e a Dona Rosa – as minhas criadas – se encarregavam de temperar com boas doses de almas errantes e mouras encantadas.
Por ocasião das invasões francesas, acompanhei a minha família até às Ilhas Encantadas onde conheci o meu tio Alexandre: um homem que pertenceu àquela brilhante constelação de sábios e homens de letras que iluminou o reinado da Senhora D. Maria I. Já de regresso em Portugal, matriculei-me na universidade mais antiga do país. Estive emigrado na Inglaterra, na França e na Bélgica por questões políticas. Até participei no desembarco no Mindelo junto do meu amigo Herculano, no ano 1832.
Neste momento, uma vez superado o falecimento da minha querida Adelaide, principio a namoricar – eu crítico dos barões – com uma viscondessa.
Que fez ela? Eu que fiz- Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei.
E foi no regresso duma dessas VIAGENS NA MINHA TERRA à procura do aconchegado amor que a capital me faculta, que deparei com uma estampa digna de reportagem.
Pois que vinha eu ainda ingurgitando aquela sopa da pedra, quando deparei-me com um quadro verdadeiramente pintoresco: dois campino e dois pescadores num singular pulso de valentia. Parecia a esquerda de um parlamento quando vê sumir-se no burburinho acintoso das turbas ministeriais, as melhores frases e as mais fortes razões dos seus oradores. Mas o orador ílhavo não era homem de se dar assim por derrotado. Olhou para os seus, como quem os consultava e animava, com um gesto expressivo, e voltando-se a nós, com a direita estendida aos seus antagonistas:
— Então agora como é a força, quero eu saber, e estes senhores que digam, qual é que tem mais força, se é um toiro ou se é o mar.
— Essa agora!...
— Queríamos saber.
— É o mar.
— Pois nós que brigamos com o mar, oito a dez dias a fio numa tormenta, de Aveiro a Lisboa, e estes que brigam uma tarde com um toiro, qual é o que tem mais força?
Os campinos ficaram cabisbaixos; o público imparcial aplaudiu por esta vez a oposição, e o Vouga triunfou no Tejo.
2. Qual é a Cidade Invicta? E as Ilhas Encantadas?
3. Em que período da história portuguesa se enquadra o "desembarco do Mindelo"?
4. Seria capaz de comer uma sopa de pedra? Porquê?
5. Quem são os campinos?
6. O Tejo é um rio, e o Vouga é...
7. Defina os seguintes termos.
- Outrora.
- Minhoto.
- Aconchegado.
8. A que corrente literária pertence Almeida Garrett?

 
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